domingo, 25 de agosto de 2013

Enxergue-se





Essa semana eu fiquei pensando em quais as características que encontramos em alguém que admiramos.
Ontem eu assisti na GNT um documentário sobre exploração infantil e uma das entrevistadas era Patrícia Saboya, uma mulher forte e nem por isso com menos sentimento, uma mulher de coragem que vai à luta por aquilo que acredita. E então percebi que de todas as pessoas que eu admiro, me chamam a atenção pela firmeza, a consistência da pessoa em si. Pessoas que tem consciência de onde querem chegar, do espaço que as cercam e não tem medo de caminhar na direção do que querem para si e para o mundo.
E então eu pergunto: E você? Você mesmo que está lendo esse artigo. Quando foi a última vez que você fez algo por você? Pensando nos seus desejos e valores, sabendo quem é e aonde quer chegar?
E pasmem! Existem pessoas que nunca tiveram sequer um único momento de introspecção na vida, fogem de ficarem em silêncio e abominam estar sozinhas porque o que há dentro delas começa a colocar a asinha de fora, começa chamar a atenção, e então rapidamente, procuram um lugar para ir, algo para comprar ou até mesmo para comer. Qualquer coisa menos olhar para dentro. Parecemos crianças que ao escutar um barulho a noite temos medo de ver o que há embaixo da cama e encontrar o pior dos monstros, que vai nos engolir inteiros em um processo fulminante de dor.
Olhar para dentro de si não é fácil mesmo, e menos ainda prazeroso quando não se tem o hábito, mas com o passar do tempo em algum momento da vida sentimos a necessidade de adentrar aquele cômodo escuro que há em nós onde entulhamos todo tipo de tralha, lembranças e sentimentos que não usamos mais, que doeram muito e por vezes ainda doem. Traumas de quando éramos crianças e até mesmo o que nos causa desconforto depois de adultos.
E o que eu peço a você é que mesmo sem coragem pare na frente da porta desse cômodo, olhe para ela se acostume a ela e somente quando se sentir confiante comece a destrancá-la. Tudo em nossa vida é representado por fases até mesmo o autoconhecimento, não dá para entrar nesse quarto escuro e andar até a janela e abri-la se o que há em você te causa assombro, você primeiro de tudo precisa querer, tem que se sentir, se conhecer e depois de um passo o outro, reconheça cada local, cada coisa guardada lá e quando sentir que é a hora abra a janela, olhe de frente para o que há nesse quarto, espane a poeira e escolha aquilo de que já pode se desfazer, aquilo que ainda não está pronto para deixar, nada disso, nenhum desses processos requer pressa, pelo contrário o tempo necessário para isso quem ditará é você, o tempo que precisará para sentir cada coisa ai guardada e resignificá-la dentro de você. Sinta a liberdade de tocar o que é seu, no que depende de você, de acordo com o seu limite. Sente-se em um lugar calmo, coloque uma música, faça o que quiser, sinta-se bem, a prioridade é você, escute-se.
Para o que já foi reserve apenas a experiência, para aquilo que ainda acontece, daqui para frente você pode fazer melhor, e quando tudo estiver tão bagunçado, confuso e você sentir dor, não volte para trás e tranque a porta novamente, fique onde está e procure alguém, uma amiga, um parente e até mesmo um profissional, mas na certeza de que você é capaz e tem total competência de lidar com o que é seu, que você é forte o bastante para melhorar quem você já é. E lembre-se sempre das grandes pessoas que passam pela nossa vida, da força que elas têm, da coragem e firmeza com que elas caminham na direção que elas escolheram seguir.
Para cada um de nós há um grau de dificuldade, pessoas reagem de forma diferente a uma mesma situação, mas o mais importante é que você saiba - que leve o tempo que levar daqui para frente não tem mais que ser como antes.
É difícil? Pode até ser, mas você vai chegar lá, você abrirá a janela desse seu quarto escuro e dirá: “Quem manda aqui sou eu”.  Simples assim.
Todos podem ir, mas se você vai estar aqui eu também estarei, seja como for, hoje será diferente de ontem e o amanhã virá.
Beijos Pieces e até.

domingo, 18 de agosto de 2013

Quantas vezes...


Por medo, por vergonha, por preguiça, por falta de interesse, a gente deixa de olhar para si.
Não somos estimulados a isso, e como conclusão empurramos a vida com a barriga, com atitudes mais ou menos, com pessoas mais ou menos, só porque é mais fácil, mais cômodo e dói menos.
Sem pensar que doer pouquinho uma vida inteira pode ser pior que o desconforto momentâneo de uma guinada.
Estaremos juntos aqui, para crescer, trocar e agregar um a vida do outro. Buscar tempo de qualidade, relações de qualidade, uma vida de qualidade.
Toque-se, entenda-se e se divida para somar, acrescente e deixe acrescentar.
E mesmo que doa, que traga desconforto, tenha a certeza de que isso é só o início. Às vezes precisamos desconstruir, desapegar para que algo novo surja, para que o que há na sua essência floresça e você saiba que não há o que temer, pois quando fazemos nossa parte com consciência de acordo com a verdade  que há em nós o resto tudo muda, o mundo muda.
Não proponho algo que eu nunca tenha feito ou algo impossível de se fazer, mas simples de entender e se acostumar, proponho sim, para que nos façamos companhia para seguirmos daqui para frente... Fácil assim.